Se nunca vieram

Se nunca vieram
Por  que desesperas?

Tua casa não teve portas
Onde bater
Nem sanguões onde passear à tarde.

Mãe, diz-me,
Que fazemos aquí parados
Nesta noite coberta de pó?
Ônibus repletos de morte passam velozes
Bêbedos de camisas suadas
Arrotam e ejaculam solitarios.

Só os que habitam povoações de olvido
Percebem a proximidade da morte,
O fedor da solidão,
A máscara do tédio.

Traduçao de Anderson Braga Horta