ATRAVÉS DO VIDRO
Terra nossa
      trabalhada para nada e para poucos,
      rios e portos inundados de sol,
      miséria dos trajes miséria dos pés,
      rios como  punhais ferindo a terra.
      Sorridentes, pensativos Yaunas pacientes,
      laboriosos
      levantando suas casas tecendo suas misérias  com
      fibras vegetais
      orquídeas,  tâmara vermelha, folhas da vitória que
      apenas vós veis
      macacos  nocturnos, ursos formigueiros, garções,
      tigres, jibóias,
      tartarugas  pensativas, castores – semelhantes do 
      mundo dos dentes –
      Terra que nada deixa
    e no entanto o sexo.